OS ÍNDICES PRECISAM MUDAR, A HOMOFOBIA PRECISA ACABAR
- Bianca Cardoso
- 30 de dez. de 2016
- 2 min de leitura

Foto: retirada da internet
A noite do último Domingo (25), noite de Natal, foi marcada por um crime bárbaro. Crime que acarretou na morte do ambulante Luiz Carlos Ruas de 54 anos, mais conhecido como ‘Índio’ – ‘Índio’ foi espancado até a morte por ter defendido dois travestis dentro da estação Pedro II, estação onde o ambulante vendia doces a cerca de 20 anos.
Em um depoimento dado à FOLHA nesta terça-feira (27), o advogado Marcollino Nunes Pinho, defensor da dupla que agrediu o ambulante até a morte, disse não se tratar de um caso de homofobia. Ele disse ainda que os seus clientes se envolveram na briga porque um deles teve o celular furtado.
Nas Redes sociais não se falava em outra coisa. Muitos discutiam se a morte de Luis Carlos Ruas poderia ser inclusa, ou não, no alto índice de mortalidade de homossexuais no Brasil e ainda nenhuma conclusão foi tomada. Há quem diga que sim e quem diga que não, mas a questão não é essa. O que de fato deve ser levado em consideração é que ele morreu em defesa aos direitos de duas travestis, ambas moradoras de rua.
De acordo com um levantamento realizado pela GGB (grupo gay da Bahia), instituição mais antiga que atua na defesa dos direitos LGBT’s, estima-se que a cada 28 horas um homossexual seja assassinado no Brasil, que na maioria das vezes são agredidos até a morte por ‘praticantes’ da homofobia.
Segundo a GGB só no ano de 2015 foram 318 mortos. A ONG internacional Transgender Europe divulgou um ranking do assassinato de travestis e transexuais, ranking esse que o Brasil lidera.
Na quarta-feira (28), Alípio Rogério e Ricardo Martins os responsáveis por espancar até a morte o ambulante Luiz Carlos Ruas, o ‘Índio’, foram finalmente presos. Ao chegar algemado na delegacia, Ricardo Martins alegou não ser uma má pessoa, disse ainda que o seu estado agressivo se devia ao consumo de bebida alcoólica. ‘Índio’ foi corajoso, agiu por instinto, defendeu pessoas mais vulneráveis a violência que ele. Infelizmente tamanho ato de coragem lhe custou muito, a própria vida.



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