A expansão da cracolândia na desastrosa operação de Dória
- Igor Gabriel Souza Rodrigues
- 2 de jun. de 2017
- 2 min de leitura
Quais foram os reflexos da operação na região de São Paulo conhecida como cracolândia da prefeitura com a parceria do governo de São Paulo? Talvez as respostas sejam um pouco complexas, mas um fato é totalmente plausível: foi um desastre.
A cracolândia poderia acabar em um processo a médio prazo, com um trabalho mais digno, humano, com uma triagem que condiz com a situação do usuário de crack, que inevitavelmente se encontra em um estado sub-humano, ela poderia ir minguando até acabar. Hoje a cracolândia não acabou coisíssima nenhuma, ela muda de lugar, qual foi o reflexo da operação? Espalham-se usuários pela cidade.
Após as ações feitas no dia 21/05, espalharam-se pela cidade diversos usuários de cracks, muitos ficaram concentrados na Praça Princesa Isabel, 400 metros onde era a cracolândia e muitos outros dispersaram pela cidade, perambulando sem rumo e muito menos assistência devida da prefeitura.
Sejamos sinceros, a operação não acabou com um problema básico da cracolândia: a dependência. Enquanto não resolver essa questão, não acabará com o tráfico e a droga chegará a qualquer canto do Brasil.
Nas palavras do atual prefeito João Doria, “a cracolândia acabou”. A afirmação do atual prefeito não é coerente com a afirmação do governador Geraldo Alckmin, que alegou que “a operação é um passo para o fim da cracolândia”, ou seja, verificou-se uma contradição de ideias nas afirmações do prefeito e do governador, um alegando que o problema da cracolândia já estava resolvido e o outro argumentando que é apenas um passo e o problema não está resolvido. Como confiar na palavra de um prefeito e um governador que nem convergem na visão da operação promovida pela prefeitura e o governo do Estado?
O problema da cracolândia está longe de ser revolvido e não adianta utilizar de mecanismos midiáticos e sensacionalistas para jogar o verdadeiro problema que é as dependências dos usuários de crack para debaixo do tapete.
Mais humanização por favor!
Fotos: Internet
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